A Jornada de Elenya: As Crônicas do Cristal Estelar
O Começo
No vilarejo de Valthor, cercado por montanhas cobertas de neve e florestas profundas, vivia uma jovem chamada Elenya. Desde criança, ela sonhava com aventuras além dos campos onde ajudava os pais a cultivar cevada. Enquanto outros se contentavam com a vida simples, ela ansiava por algo maior.
Certa noite, ao observar o céu estrelado, Elenya viu um clarão diferente: uma estrela cadente que não desapareceu. Em vez disso, permaneceu brilhando, formando uma trilha de luz que descia até a floresta próxima.
— Isso não é normal — murmurou ela, sentindo um arrepio.
Na manhã seguinte, guiada por um impulso inexplicável, seguiu o rastro luminoso. No coração da mata, encontrou um cristal cintilante, preso a um pedestal de pedra coberto de runas antigas. Assim que o tocou, uma voz ecoou em sua mente:
— Guardião escolhido, o destino de Elarion repousa em suas mãos.
O cristal se apresentou como o Cristal Estelar, fonte de equilíbrio do mundo. Ele revelava que forças sombrias estavam despertando, e apenas alguém de espírito puro poderia conduzi-lo até o Templo da Aurora, onde seu poder seria restaurado.
Elenya, atônita, percebeu que acabara de ser escolhida para uma missão épica.
O Grupo da Missão
Ela não poderia seguir sozinha. Logo, o destino trouxe-lhe companheiros:
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Darian, um espadachim órfão de passado misterioso, ágil e ousado.
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Kaelen, aprendiz de mago, sempre curioso, ainda inseguro, mas com grande potencial.
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Mira, arqueira de uma tribo nômade, pragmática e destemida, que preferia agir a falar.
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Thalos, um meio-ogro de força impressionante, mas coração gentil, muitas vezes incompreendido.
Embora diferentes, todos tinham algo em comum: buscavam um propósito maior.
Primeiros Obstáculos
A jornada começou atravessando as Colinas Cinzentas, onde bandidos os atacaram. Darian lutou com destreza, Kaelen usou feitiços de fogo ainda desajeitados, e Mira abateu inimigos com flechas certeiras. Thalos, com seu enorme machado, abriu caminho, enquanto Elenya protegeu o cristal com coragem inesperada.
Foi a primeira vez que se uniram como equipe.
Depois, passaram pela Floresta Sombria, lar de criaturas chamadas sombrais, espectros que se alimentavam de medo. Um deles atacou Kaelen, mergulhando-o em ilusões de fracasso. Elenya segurou sua mão e disse:
— Você não está sozinho. Confie em nós.
Com isso, Kaelen resistiu, e a criatura desapareceu.
A Profecia
No vilarejo de Rynor, um sábio revelou mais sobre a missão. Segundo a profecia, o Cristal Estelar deveria ser levado ao Templo da Aurora antes da noite do eclipse lunar, quando as sombras estariam mais fortes. Se falhassem, a escuridão engoliria Elarion.
O sábio também advertiu que um antigo traidor buscava o cristal: Lord Veynar, um antigo guardião que sucumbiu à ambição.
A revelação deixou todos tensos, mas reforçou a importância da missão.
Laços de Amizade
Durante a jornada, os laços entre eles se aprofundaram. Mira, que sempre mantinha distância, revelou que perdera a família para soldados de Veynar. Darian confessou que buscava vingança contra os mesmos homens.
Thalos contou que vivia rejeitado entre humanos e ogros, e que se juntara ao grupo porque, pela primeira vez, sentia-se aceito.
Elenya, ouvindo a todos, percebeu que sua missão não era apenas levar o cristal, mas também unir corações feridos em um propósito comum.
A Montanha de Fogo
Para avançar, precisavam cruzar a Montanha de Fogo, lar de dragões anciãos. No sopé, encontraram Arkrion, um dragão vermelho de asas vastas. Ele não atacou de imediato, mas lançou-lhes um desafio:
— Só permitirei a passagem se provarem que são dignos.
O desafio era simples em aparência: atravessar um campo de lava usando apenas as próprias habilidades. Mas exigia confiança.
Kaelen criou pontes de gelo instáveis. Mira guiou-os com precisão por rochas seguras. Thalos carregou os outros quando o chão tremeu. Darian arriscou-se para salvar Elenya quando uma ponte de gelo quebrou.
Ao fim, Arkrion inclinou a cabeça.
— Vocês são mais fortes juntos. — E abriu caminho.
A Tentação
Enquanto descansavam em uma caverna, Elenya sonhou com Lord Veynar. Ele apareceu em visões, prometendo poder.
— Com o Cristal, você poderia mudar o destino, salvar todos sem sofrimento. Por que não usá-lo para reescrever o mundo?
Elenya quase cedeu, mas recordou as palavras de Lyriel, a fada dos bosques que a guiara no início: o equilíbrio não pode ser controlado, apenas protegido.
Despertou decidida a resistir à tentação.
A Cidade Perdida
No deserto de Arhkan, encontraram a Cidade Perdida de Saren, enterrada sob as dunas. Ali, descobriram armadilhas antigas, mas também segredos sobre o passado de Darian. Gravuras nas paredes mostravam um clã de guerreiros caídos, entre eles o pai dele, que tentara impedir Veynar anos antes.
Darian, abalado, jurou que terminaria a luta que seu pai não pôde concluir.
O Confronto Final
Finalmente, alcançaram o Templo da Aurora, um palácio de cristal no topo de uma montanha. Mas Veynar os aguardava, cercado por um exército de criaturas sombrias.
— Entreguem-me o Cristal — bradou ele — e pouparei suas vidas.
A batalha começou. Mira derrubava inimigos das muralhas, Kaelen lançava feitiços mais fortes do que nunca, Thalos derrubava monstros com sua força, e Darian enfrentava diretamente os campeões sombrios.
Elenya avançou até o altar, mas Veynar surgiu diante dela.
— Você não entende — disse ele. — O mundo precisa ser controlado. O equilíbrio é frágil demais. Só eu posso mantê-lo.
— Não! — respondeu Elenya. — O mundo precisa de esperança, não de tirania.
Veynar lançou um raio sombrio, mas Elenya ergueu o Cristal Estelar, que brilhou como mil sóis. A luz se espalhou pelo templo, destruindo as sombras. Veynar foi consumido pela própria ambição, reduzido a cinzas.
O Retorno
Com o Cristal restaurado, o equilíbrio voltou a Elarion. As florestas floresceram, os rios brilharam, e os povos celebraram.
Elenya e seus amigos tornaram-se heróis. Mas mais do que a glória, o que permaneceria para sempre eram os laços que criaram.
Na despedida, Elenya olhou para o céu estrelado e sorriu. Agora sabia: a verdadeira aventura não era apenas cumprir a missão, mas descobrir a força da amizade, da coragem e da esperança.



